Pandorum
01/03/2010 at 3:24 pm Deixe um comentário
Christian Alvart – 2009 – EUA, Alemanha
Uma ficção-científica B de premissa forte, que certamente ajudou a vender o filme: dois astronautas (Ben Foster, Dennis Quaid) despertam com amnésia completa (incluindo sua missão) numa nave espacial aparentemente abandonada e quebrada. Esse despertar, com detalhes orgânicos nojentos – secreções, fragilidade física, etc – sugere horror cronenberguiano que filme não cumpre.
Mas cineasta alemão Christian Alvart se esforça em manter você no escuro junto com os protagonistas. Enquanto estes exploram a nave, Alvart usa enquadramentos fechados enfatizando a claustrofobia, sujeira e escuridão do local para criar expectativa da ameça que virá. Na verdade, algumas semelhanças entre Pandorum e Abismo do Medo, do Neil Marshall são nítidas.
A diferença é que Marshall despertava medo e incômodo durante todo o filme explorando a fragilidade física e emocional dos personagens. Já Pandorum não mantém a paciência do começo e cai numa violência grosseira – tão bruta que tem seu interesse – e tolices divertidas como uma modelo-cientista-guerreira (a bela alemã Antje Traue). Aí filme se revela cria legítima de seu produtor Paul W. S. Anderson (O Enigma do Horizonte, Resident Evil, etc).
Pena, pois Alvart parece capaz de mais (vide sub-trama de Quaid com outro astronauta, cuja tensão se sustenta nos enquadramentos e design de cores agressivo (foto 2) para você desconfiar do outro sujeito. Por fim, final de Pandorum parece feliz, mas eu pensei na rima que ele estabelece com o começo do filme (legendas informando tamanho da população terrestre ao longo do tempo) e me parece que subtexto dele é o ser humano como incapaz de preservar o próprio lar.
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